terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

Notas

Eu estou passando num período muito bom de desenvolvimento pessoal. Desde o fim do ano tenho avançado bastante na minha terapia e hoje consigo me entender bem melhor. O melhor de tudo é que consegui me perdoar por coisas que me culpava no passado. Hoje compreendo melhor minhas limitações e dificuldades e consigo olhar para o meu passado com mais ternura.

E isso tem me feito um bem enorme, estou me alimentando melhor, eliminando aos poucos excessos, me dedicando mais a coisas que gosto e sendo mais positivo. Mesmo quando fico triste e choro não fico pra baixo, deixo a emoção fluir e limpar o que tem de ruim.

Não me cobro, estou indo devagar, tentando, aprendendo, um passo de cada vez. Escrever aqui novamente é também um reflexo dessa caminhada positiva desse ano.

Ainda bem que estou assim, 2018 começou com dificuldades e durezas difíceis de lidar. Mas prefiro lidar com elas bem comigo mesmo do que mal e pra baixo.

Passarinhos

Ontem bateu uma saudade grande do meu pai.

Nesses 6 anos sem ele tem sido assim, tem dias que as lembranças e a falta dele bate mais forte.

Tanta coisa que queria contar pra ele, pedir ajuda, conselho, um abraço... 

Converso em oração com ele, ainda assim a falta é grande.

E essa semana minha família separou toda. Minha sobrinha foi trabalhar na Bahia, meu sobrinho foi estudar em Barretos, meu cunhado continua trabalhando em São Roque, minha irmã na casa dela em Passos, minha mãe na nossa casa e eu em Guaxupé. Acho que isso me deixou mais emotivo.


quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

Área social de casa

Tem horas que lembro da criatividade do meu pai no trabalho dele, mesmo com pouco estudo ele conseguia encontrar soluções geniais e criativas ao construir uma casa (ele era pedreiro).
Minha casa é um exemplo, ela foi feita em duas etapas. Primeiro ele fez uma casa com sala, dois quartos e cozinha. No fundo, ele construiu uma outra casa com três cômodos pequenos e num deles tinha um fogão de lenha. Ficou pronta quando eu nasci.
Ele e minha mãe não ficaram satisfeitos, queriam mais um quarto na casa para mim pra que eu não precisasse dividir com minha irmã. Em 1990 ele derrubou essa casinha no fundo e ampliou a casa da frente, transformando os antigos três cômodos em um quarto, copa e cozinha. O que achei muito bacana da parte dele é que ele projetou a cozinha e copa como um espaço único, com duas muretinhas baixas dividindo os dois ambientes. Hoje em dia isso é muito comum mas naquela época nem tanto. Ele teve inspiração dos ranchos de famílias ricas que ele e minha mãe trabalharam e de novelas.
Mas além de criar esse ambiente aberto entre copa e cozinha ele construiu na copa um sofá de cimento e encomendou um estofado feito sob medida para ele. A ideia era poder receber visitas ali mesmo na copa e conversar por ali enquanto esperava qualquer refeição sendo feita na cozinha. 
Assim, a gente tinha a mesa da copa com cadeiras, a mesa da cozinha com cadeiras e o sofá da copa. Era possível tomar café e conversar com quem estivesse nos dois ambientes. A cozinha e copa era o espaço sociável da casa e a comida mineira era o carro chefe.
Um dos motivos de deslocar as visitas da sala para a cozinha é que antigamente meus pais tinham uma devoção pela área da sala, ela não podia ser utilizada muito, o sofá tinha que permanecer novo e com pouco uso e ali era só para acolher as visitas e oferecer um café receptivo, depois era hora de os convidar para a copa e cozinha ou para a parte externa da casa.
Com o tempo e com a inserção de uma TV a cores na sala essa aura sagrada da sala foi se perdendo e eu passei a utilizar ela mais que todos os cômodos da casa. Hoje nosso sofá da sala atual tá até rasgado, coitado, estamos esperando uma melhora financeira para o trocar. Também com o tempo minha mãe quebrou o sofá de cimento da copa e colocou outro sofá comum e mais velho no lugar. A copa continua a ser nosso espaço social porém ela hoje é mais apertada porque os dois sofás mais a mesa são maiores e ocupam mais espaço.
Hoje em dia a última coisa que as pessoas pensam ao fazer uma casa é no espaço para visitas. Receber pessoas em casa é um hábito que tem diminuído e muitos consideram até mesmo inconveniente. Eu particularmente gosto e sinto bem em receber amigos e familiares e também de visitar pessoas queridas. As não queridas a gente apela para as mandingas ou pra sinceridade mesmo...