quinta-feira, 1 de novembro de 2012
Imagem do Dia: o esquilo assustador
sexta-feira, 19 de outubro de 2012
Sabedoria do Odorico
Tive um sonho interessante noite passada. No meu sonho um problema que tenho atualmente e que se encontra difícil de resolver se resolveu de uma forma tão simples e natural. Acordei quando iria começar a parte boa, porém a resolução em si foi tão divertida e reconfortante que nem liguei.
Acordei com um sorriso no rosto (o mesmo que estou agora)…
A frase de Odorico Paraguaçu marcou meu sonho: “Vamos deixar os entretanto e partir para os finalmente”.
E é verdade, ele está certo…
quarta-feira, 3 de outubro de 2012
Pensamento do dia
Se alguém te fez algum mal ou você tem um problema pessoal com alguém, lembre-se: é apenas com você e a pessoa. Não saia por aí querendo fazer a caveira da pessoa, realizando uma campanha com os amigos em comum de vocês para que eles deixem de ter relações com essa pessoa.
Não se coloque como vítima, coitadinho… E se no fundo o seu orgulho está ferido e na verdade você paga pau para a pessoa?? Primeiro que agindo assim você cria um abismo entre vocês e o perdão e a reconciliação fica cada vez mais distante. Segundo, vai que vocês façam as pazes, a imagem que você irá passar é de alguém contraditório, pois se ontem você odiava a pessoa e hoje são melhores amigos de infância, quem é você? Um mentiroso ou alguém tão ruim quanto a pintura que fazia da pessoa??
Perdoar é muito mais fácil e simples… Até Buda cometeu erros, alguns até sérios demais, nem por isso ele deixou de ser a pessoa exemplar que é conhecido até hoje. E você com certeza já feriu ou tomou alguma decisão negativa que magoou alguém… Lembre-se que muitas vezes o outro pode não ter a real dimensão de seus atos…
Coloque-se sempre no papel do outro… É um bom caminho para o perdão…
segunda-feira, 1 de outubro de 2012
Hebe
domingo, 12 de agosto de 2012
Feliz Dia dos Pais
sexta-feira, 10 de agosto de 2012
Desassossego
quarta-feira, 8 de agosto de 2012
Aniversário do blog!!
O sonho do menino
quarta-feira, 6 de junho de 2012
Sexta fria e chuvosa
Esse seu jeito de achar
Que a vida pode ser maravilhosa...
Vitoriosa por não ter
Vergonha de aprender como se goza...
Quero toda sua louca liberdade
Quero toda essa vontade
De passar dos seus limites
E ir além, e ir além...
segunda-feira, 23 de janeiro de 2012
UFSCar oferece Especialização em "Discurso e Leitura de Imagem"
Os interessados podem fazer inscrição agendando entrevista na secretaria do Laboratório de Análise do Discurso da Imagem (LANADISI), situado no Departamento de Ciência da Informação da UFSCar, pelo telefone (16) 3351-9469. O funcionamento da secretaria será de segunda a sexta-feira das 13 às 18 horas, exceto nos feriados. Na entrevista será necessário apresentar currículo impresso. São oferecidas 40 vagas e, deste total, 5% são destinadas a funcionários da UFSCar.
terça-feira, 17 de janeiro de 2012
A Terceira Margem do Rio – Guimarães Rosa
Nosso pai era homem cumpridor, ordeiro, positivo; e sido assim desde mocinho e menino, pelo que testemunharam as diversas sensatas pessoas, quando indaguei a informação. Do que eu mesmo me alembro, ele não figurava mais estúrdio nem mais triste do que os outros, conhecidos nossos. Só quieto. Nossa mãe era quem regia, e que ralhava no diário com a gente — minha irmã, meu irmão e eu. Mas se deu que, certo dia, nosso pai mandou fazer para si uma canoa.
Era a sério. Encomendou a canoa especial, de pau de vinhático, pequena, mal com a tabuinha da popa, como para caber justo o remador. Mas teve de ser toda fabricada, escolhida forte e arqueada em rijo, própria para dever durar na água por uns vinte ou trinta anos. Nossa mãe jurou muito contra a idéia. Seria que, ele, que nessas artes não vadiava, se ia propor agora para pescarias e caçadas? Nosso pai nada não dizia. Nossa casa, no tempo, ainda era mais próxima do rio, obra de nem quarto de légua: o rio por aí se estendendo grande, fundo, calado que sempre. Largo, de não se poder ver a forma da outra beira. E esquecer não posso, do dia em que a canoa ficou pronta.
Sem alegria nem cuidado, nosso pai encalcou o chapéu e decidiu um adeus para a gente. Nem falou outras palavras, não pegou matula e trouxa, não fez a alguma recomendação. Nossa mãe, a gente achou que ela ia esbravejar, mas persistiu somente alva de pálida, mascou o beiço e bramou: — "Cê vai, ocê fique, você nunca volte!" Nosso pai suspendeu a resposta. Espiou manso para mim, me acenando de vir também, por uns passos. Temi a ira de nossa mãe, mas obedeci, de vez de jeito. O rumo daquilo me animava, chega que um propósito perguntei: — "Pai, o senhor me leva junto, nessa sua canoa?" Ele só retornou o olhar em mim, e me botou a bênção, com gesto me mandando para trás. Fiz que vim, mas ainda virei, na grota do mato, para saber. Nosso pai entrou na canoa e desamarrou, pelo remar. E a canoa saiu se indo — a sombra dela por igual, feito um jacaré, comprida longa.
Nosso pai não voltou. Ele não tinha ido a nenhuma parte. Só executava a invenção de se permanecer naqueles espaços do rio, de meio a meio, sempre dentro da canoa, para dela não saltar, nunca mais. A estranheza dessa verdade deu para. estarrecer de todo a gente. Aquilo que não havia, acontecia. Os parentes, vizinhos e conhecidos nossos, se reuniram, tomaram juntamente conselho.
Nossa mãe, vergonhosa, se portou com muita cordura; por isso, todos pensaram de nosso pai a razão em que não queriam falar: doideira. Só uns achavam o entanto de poder também ser pagamento de promessa; ou que, nosso pai, quem sabe, por escrúpulo de estar com alguma feia doença, que seja, a lepra, se desertava para outra sina de existir, perto e longe de sua família dele. As vozes das notícias se dando pelas certas pessoas — passadores, moradores das beiras, até do afastado da outra banda — descrevendo que nosso pai nunca se surgia a tomar terra, em ponto nem canto, de dia nem de noite, da forma como cursava no rio, solto solitariamente. Então, pois, nossa mãe e os aparentados nossos, assentaram: que o mantimento que tivesse, ocultado na canoa, se gastava; e, ele, ou desembarcava e viajava s'embora, para jamais, o que ao menos se condizia mais correto, ou se arrependia, por uma vez, para casa.
No que num engano. Eu mesmo cumpria de trazer para ele, cada dia, um tanto de comida furtada: a idéia que senti, logo na primeira noite, quando o pessoal nosso experimentou de acender fogueiras em beirada do rio, enquanto que, no alumiado delas, se rezava e se chamava. Depois, no seguinte, apareci, com rapadura, broa de pão, cacho de bananas. Enxerguei nosso pai, no enfim de uma hora, tão custosa para sobrevir: só assim, ele no ao-longe, sentado no fundo da canoa, suspendida no liso do rio. Me viu, não remou para cá, não fez sinal. Mostrei o de comer, depositei num oco de pedra do barranco, a salvo de bicho mexer e a seco de chuva e orvalho. Isso, que fiz, e refiz, sempre, tempos a fora. Surpresa que mais tarde tive: que nossa mãe sabia desse meu encargo, só se encobrindo de não saber; ela mesma deixava, facilitado, sobra de coisas, para o meu conseguir. Nossa mãe muito não se demonstrava.
Mandou vir o tio nosso, irmão dela, para auxiliar na fazenda e nos negócios. Mandou vir o mestre, para nós, os meninos. Incumbiu ao padre que um dia se revestisse, em praia de margem, para esconjurar e clamar a nosso pai o 'dever de desistir da tristonha teima. De outra, por arranjo dela, para medo, vieram os dois soldados. Tudo o que não valeu de nada. Nosso pai passava ao largo, avistado ou diluso, cruzando na canoa, sem deixar ninguém se chegar à pega ou à fala. Mesmo quando foi, não faz muito, dos homens do jornal, que trouxeram a lancha e tencionavam tirar retrato dele, não venceram: nosso pai se desaparecia para a outra banda, aproava a canoa no brejão, de léguas, que há, por entre juncos e mato, e só ele conhecesse, a palmos, a escuridão, daquele.
A gente teve de se acostumar com aquilo. Às penas, que, com aquilo, a gente mesmo nunca se acostumou, em si, na verdade. Tiro por mim, que, no que queria, e no que não queria, só com nosso pai me achava: assunto que jogava para trás meus pensamentos. O severo que era, de não se entender, de maneira nenhuma, como ele agüentava. De dia e de noite, com sol ou aguaceiros, calor, sereno, e nas friagens terríveis de meio-do-ano, sem arrumo, só com o chapéu velho na cabeça, por todas as semanas, e meses, e os anos — sem fazer conta do se-ir do viver. Não pojava em nenhuma das duas beiras, nem nas ilhas e croas do rio, não pisou mais em chão nem capim. Por certo, ao menos, que, para dormir seu tanto, ele fizesse amarração da canoa, em alguma ponta-de-ilha, no esconso. Mas não armava um foguinho em praia, nem dispunha de sua luz feita, nunca mais riscou um fósforo. O que consumia de comer, era só um quase; mesmo do que a gente depositava, no entre as raízes da gameleira, ou na lapinha de pedra do barranco, ele recolhia pouco, nem o bastável. Não adoecia? E a constante força dos braços, para ter tento na canoa, resistido, mesmo na demasia das enchentes, no subimento, aí quando no lanço da correnteza enorme do rio tudo rola o perigoso, aqueles corpos de bichos mortos e paus-de-árvore descendo — de espanto de esbarro. E nunca falou mais palavra, com pessoa alguma. Nós, também, não falávamos mais nele. Só se pensava. Não, de nosso pai não se podia ter esquecimento; e, se, por um pouco, a gente fazia que esquecia, era só para se despertar de novo, de repente, com a memória, no passo de outros sobressaltos.
Minha irmã se casou; nossa mãe não quis festa. A gente imaginava nele, quando se comia uma comida mais gostosa; assim como, no gasalhado da noite, no desamparo dessas noites de muita chuva, fria, forte, nosso pai só com a mão e uma cabaça para ir esvaziando a canoa da água do temporal. Às vezes, algum conhecido nosso achava que eu ia ficando mais parecido com nosso pai. Mas eu sabia que ele agora virara cabeludo, barbudo, de unhas grandes, mal e magro, ficado preto de sol e dos pêlos, com o aspecto de bicho, conforme quase nu, mesmo dispondo das peças de roupas que a gente de tempos em tempos fornecia.
Nem queria saber de nós; não tinha afeto? Mas, por afeto mesmo, de respeito, sempre que às vezes me louvavam, por causa de algum meu bom procedimento, eu falava: — "Foi pai que um dia me ensinou a fazer assim..."; o que não era o certo, exato; mas, que era mentira por verdade. Sendo que, se ele não se lembrava mais, nem queria saber da gente, por que, então, não subia ou descia o rio, para outras paragens, longe, no não-encontrável? Só ele soubesse. Mas minha irmã teve menino, ela mesma entestou que queria mostrar para ele o neto. Viemos, todos, no barranco, foi num dia bonito, minha irmã de vestido branco, que tinha sido o do casamento, ela erguia nos braços a criancinha, o marido dela segurou, para defender os dois, o guarda-sol. A gente chamou, esperou. Nosso pai não apareceu. Minha irmã chorou, nós todos aí choramos, abraçados.
Minha irmã se mudou, com o marido, para longe daqui. Meu irmão resolveu e se foi, para uma cidade. Os tempos mudavam, no devagar depressa dos tempos. Nossa mãe terminou indo também, de uma vez, residir com minha irmã, ela estava envelhecida. Eu fiquei aqui, de resto. Eu nunca podia querer me casar. Eu permaneci, com as bagagens da vida. Nosso pai carecia de mim, eu sei — na vagação, no rio no ermo — sem dar razão de seu feito. Seja que, quando eu quis mesmo saber, e firme indaguei, me diz-que-disseram: que constava que nosso pai, alguma vez, tivesse revelado a explicação, ao homem que para ele aprontara a canoa. Mas, agora, esse homem já tinha morrido, ninguém soubesse, fizesse recordação, de nada mais. Só as falsas conversas, sem senso, como por ocasião, no começo, na vinda das primeiras cheias do rio, com chuvas que não estiavam, todos temeram o fim-do-mundo, diziam: que nosso pai fosse o avisado que nem Noé, que, por tanto, a canoa ele tinha antecipado; pois agora me entrelembro. Meu pai, eu não podia malsinar. E apontavam já em mim uns primeiros cabelos brancos.
Sou homem de tristes palavras. De que era que eu tinha tanta, tanta culpa? Se o meu pai, sempre fazendo ausência: e o rio-rio-rio, o rio — pondo perpétuo. Eu sofria já o começo de velhice — esta vida era só o demoramento. Eu mesmo tinha achaques, ânsias, cá de baixo, cansaços, perrenguice de reumatismo. E ele? Por quê? Devia de padecer demais. De tão idoso, não ia, mais dia menos dia, fraquejar do vigor, deixar que a canoa emborcasse, ou que bubuiasse sem pulso, na levada do rio, para se despenhar horas abaixo, em tororoma e no tombo da cachoeira, brava, com o fervimento e morte. Apertava o coração. Ele estava lá, sem a minha tranqüilidade. Sou o culpado do que nem sei, de dor em aberto, no meu foro. Soubesse — se as coisas fossem outras. E fui tomando idéia.
Sem fazer véspera. Sou doido? Não. Na nossa casa, a palavra doido não se falava, nunca mais se falou, os anos todos, não se condenava ninguém de doido. Ninguém é doido. Ou, então, todos. Só fiz, que fui lá. Com um lenço, para o aceno ser mais. Eu estava muito no meu sentido. Esperei. Ao por fim, ele apareceu, aí e lá, o vulto. Estava ali, sentado à popa. Estava ali, de grito. Chamei, umas quantas vezes. E falei, o que me urgia, jurado e declarado, tive que reforçar a voz: — "Pai, o senhor está velho, já fez o seu tanto... Agora, o senhor vem, não carece mais... O senhor vem, e eu, agora mesmo, quando que seja, a ambas vontades, eu tomo o seu lugar, do senhor, na canoa!..." E, assim dizendo, meu coração bateu no compasso do mais certo.
Ele me escutou. Ficou em pé. Manejou remo n'água, proava para cá, concordado. E eu tremi, profundo, de repente: porque, antes, ele tinha levantado o braço e feito um saudar de gesto — o primeiro, depois de tamanhos anos decorridos! E eu não podia... Por pavor, arrepiados os cabelos, corri, fugi, me tirei de lá, num procedimento desatinado. Porquanto que ele me pareceu vir: da parte de além. E estou pedindo, pedindo, pedindo um perdão.
Sofri o grave frio dos medos, adoeci. Sei que ninguém soube mais dele. Sou homem, depois desse falimento? Sou o que não foi, o que vai ficar calado. Sei que agora é tarde, e temo abreviar com a vida, nos rasos do mundo. Mas, então, ao menos, que, no artigo da morte, peguem em mim, e me depositem também numa canoinha de nada, nessa água que não pára, de longas beiras: e, eu, rio abaixo, rio a fora, rio a dentro — o rio.
segunda-feira, 16 de janeiro de 2012
Coisas do Papai
Meu pai, Onofre Francisco Torres, nasceu no dia 03 de maio de 1944, mas foi registrado no dia 13. Nasceu na roça, de parteira, a noite. Nasceu e a parteira achou que ele tivesse nascido morto, porque não respirava e não se mexia. Minha avó ficou triste, era seu primeiro filho, de outros 10 que viriam em seguida, mas teve que se conformar. Deixaram ele dentro de uma bacia no chão do quarto. Um tempo depois escutaram um barulho, foram ver e era ele, vivo, se mexendo e começando a chorar. E dali em em diante iniciou sua história, sempre com muito trabalho e dedicação.
Meu pai foi um homem muito sério e trabalhador. E dono de olhos castanhos amendoados, que ora ficavam verdes, ora cinza que era a coisa mais linda do mundo. Era um ótimo pedreiro, do tipo que já não existe mais. Seu maior sonho era ter uma terra pra criar vaca e fazer seus serviços de roça. Conseguiu na década de 90, teve uma chácara que era sua vida e refúgio, que só teve que deixar por conta do Alzhaimer, quando sua memória já não permitia mais o trabalho.
Pode-se perguntar a qualquer pessoa, ele nunca xingou ou falou mal de pessoa alguma, era muito ético e sábio. Foi um ótimo pai, sempre presente, mesmo trabalhando muito, e muito amoroso e brincalhão com a gente. Teve poucos amigos, seus melhores amigos eram os animais. Não era alguém de muita conversa, ficava sempre na dele e falava muito pouco com os outros. Fez de tudo para dar uma vida boa para os filhos e esposa, mesmo vivendo um casamento difícil com nossa mãe. Eles casaram obrigados e viveram por conviniência. Mas isso nunca atrapalhou nossa criação, fomos uma família feliz, entre os trancos e barrancos.
Muito religioso, era devoto dos Reis Magos e de Santo Onofre. Terminou sua vida de certa forma como o seu santo padroeiro, só suas roupas, alimento e mais nada. Amava muito seu pai, que faleceu quando ele tinha 16 anos, e sempre me contava histórias lindas dele. Sua oração preferida era a Oração do Santo Sepulcro, que diz que quem a tiver consigo e confiar em suas palavras, será muito feliz. E quem fizer uma oração da forma como ela indica, por anos seguidos, teria a graça de ver a Virgem Maria 3 meses antes de seu falecimento, além de outras graças, e essa graça valeria por 5 gerações. O pai dele fez a oração. Se meu pai viu a Virgem Maria? Não sei, o alzhaimer não permite saber, o que sei é que ele conversou com o pai dele em outubro, eu escutei a conversa, e com sua mãe durante várias vezes ao longo do avanço de sua doença. E se contarmos 90 dias para trás, do dia do seu falecimento, dá dia 12 de Outubro, dia de Nossa Senhora Aparecida.
Coisas que ele gostava:
Trio Parada Dura
Tonico e Tinoco
Bruce Lee
Luta Livre
Bang Bang
As Panteras
Folia de Reis
Esquadrão Classe A
MacGyver
Despedida do meu pai
Sexta-feira passada, 13 de janeiro, meu pai encerrou sua história nesse nosso mundo. Ele faleceu às 5h da manhã, depois de 23 dias internado, por conta de uma infecção, uma broncopneumonia e avanço para a terceira fase do Alzhaimer.
Eu e minha família estamos recuperando bem, e isso de certa forma é algo que o alzhaimer nos ajudou. Quando algum familiar recebe o diagnóstico de que é portador do mal de alzhaimer, a família começa a aprender que é um caminho único, sem volta, e que seguirá passos bem definidos. No começo a gente não acredita, não aceita muito, mas com o tempo, com o avanço da doença, percebemos que ela é daquele jeito mesmo que os livros e médicos dizem. A pessoa vai morrendo aos poucos, e a despedida vai sendo lenta diária.
Nos despedimos aos poucos de nosso pai, a medida que ele ia perdendo sua identidade e assumindo a identidade que a doença lhe confere. Me lembrei do filme “O curioso caso de Benjamin Button”, porque meu pai foi voltando a se tornar criança. Seus últimos dias no hospital foi como se ele tivesse voltado a ser um bebê.
Assim, eu pude me despedir dele aos poucos nos últimos anos, vivendo intensamente cada momento com ele e dando todo o carinho e amor que queria. Tem horas que é duro, você fica com vontade de correr ou gritar a procura do seu pai, sentindo como se ele tivesse sido trocado. Mas logo passa e um abraço e um beijo supera tudo.
Foram 10 anos, desde o diagnóstico da doença, dentro da média que os livros e médicos dizem. Ele ainda poderia ter vivido uns 4, 5 anos a mais, mas sempre desse jeito, de cama, imunidade baixa, perdendo as habilidades motoras. Então creio que Deus escolheu o melhor tanto para ele quanto para nossa família, sua terceira fase do alzhaimer durou menos de um mês.
Ele estava bonito no seu velório, não tinha aspecto de morto ou abatido. Estava sereno, rosto claro e com um sorriso no rosto.
Agora vamos tocar a vida, com as lembranças boas que vivemos com ele, com toda a sabedoria que nos passou e com o amor dele que sempre estará com todos nós, enquanto a gente ainda estiver presente nesse mundo.
terça-feira, 10 de janeiro de 2012
Forever alone
Coisas forever alone que já fiz/faço:
- Ir ao cinema sozinho (uns 65% dos filmes que fui ver fui sozinho);
- Ir a um bar no sábado a noite e conversar com amigos do MSN e Facebook pelo celular;
- Passear pela cidade e sentar num banco de praça para refletir a vida;
- Conversar comigo mesmo no MSN;
- Jogar jogo de tabuleiro sozinho, fazendo as vezes dos outros jogdores;
- Ir a festas sozinho;
- Ter 28 anos e nunca ter namorado;
- Achar que está progredindo no amor, que finalmente encontrou a pessoa certa, que as indiretas de amor são pra você… E finalmente descobrir que não são pra você, foi alarme falso, de novo;
- Tomar um porre sozinho;
- Puxar conversa com amigos no MSN, comunicador do face e Gtalk e ficar no vácuo;
- Entrar numa sala de bate-papo e nem o spam falar comigo;
- Passar meses esperando por algum telefonema de telemarketing pra poder ficar feliz em ter alguém querendo falar comigo;
- Passear e comer sozinho no shopping;
- Comemorar o aniversário sozinho, com uma fatia de bolo e copo de suco;
- Ficar sem assunto e tímido no meio de um monte de gente desconhecida e ouvir obrigatoriamente: “Nossa, seu amigo é tão quietinho… Fala alguma coisa!;
- Ir em casas de sexo e não fazer sexo;
- O coração pular de alegria porque o celular apitou mensagem nova, olhar e é mensagem da operadora;
- Minha família esquecer meu aniversário;
- Minha mãe não lembrar minha idade, uma hora tenho 23 anos, outra nasci em 1943;
- Acreditar nesse tipo de situação:
Rubens conversa com amigo: Oi, qto tempo!! Vamos combinar alguma coisa??
Amigo: Sim, vamos!!! Êhhhh!!!!
Rubens: Que bom!! Posso dias tal e tal. Podemos ir em tal e tal lugar e chamar fulana e cicrano.
Amigo: Sim, claro! Eu adoro esse lugar e faz tempo que não conversamos. Entro em contato para combinarmos!!
Chega o dia: …………………………….
- É, acho que já posso dormir…
- Acreditar nisso também:
Rubens: Oi, vamos sair sábado a noite? Vamos ao cinema quinta? Vamos jogar videogame no domingo? Vamos assistir filme na quarta? Vamos fazer e acontecer na terça?
Amigo: Demorô! No dia passo na tua casa a noite!!
Chega o dia, Rubens se arruma, põe roupa nova e tudo; põe-se a esperar assistindo TV…
………………………………………
Mãe: Já posso trancar o portão?
Rubens: Espera mais um pouco… Olha, olha no celular…
…………………………………….
Mãe: Já posso trancar o portão?
Rubens: Deixa a chave que depois eu tranco… Olha, olha no celular…
…………………………………….
Rubens: É… Acho que já posso trancar o portão… Olha, olha no celular…
Na TV: vinheta do Corujão…
- Colecionar as frases: “Somos só amigos”; “Não vamos estragar a amizade”; “A coisa que eu queria te contar é que estou namorando”; “As coisas que você me faz só faz me afastar cada vez mais de você”; “Você fantasia demais”…
- Ouvir dos seus amigos: “Você não tem alegria”; “Você tem espírito de velho”; “Você tem o mal dentro de você”; “Você não deveria escolher, não vai encontrar nada melhor”; “A culpa é sua!! Sempre!!!”; “É só o Rubens…”;
- Conversar com as fotos pregadas nas paredes;
- Se eu for no programa no programa do Rodrigo Faro: “Ele é muito inteligente, muito ético, mas hoje não Rodrigo! Deixo pra minha amiga” “Mas você é a última” “Silêncio mortal e queda de ibope”;
- Passar a madrugada escrevendo sobre como é minha vida forever alone no meu blog.
HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA
sexta-feira, 6 de janeiro de 2012
Coleção Ai se eu te pego
0- Versão original da Sharon Acioly:
1- Versão 2011 da Sharon Acioly:
2- Versão original do Michel Teló:
3- Versão em Inglês do Teló:
4- Outra versão em Inglês:
5- Versão em espanhol:
6- Italiano:
7- Francês:
8- Versão Forró Cangaia de Jegue:
9- Polonês:
10- Holandês:
11- Japonês:
12- Funk "Os hawaianos":
13- Gospel:
14- Libras:
15- Gaucho 1:
16- Gaucho 2:
17- Alvin e os esquilos:
18- Guarani:
19- Garota Safada:
20- Electro Remix:
21- Parangolé:
22- Pop-Rap
23- Samba Hebraico (?!?!?):
24- Versão Não te pego!:
25- Versão Tiririca:
26- Inglês Imbromation:
27- Versão Curitibana:
28- Sogra (?):
29- Karaokê:
30- Piano:
31- Gusttavo Lima:
32- Ivete Sangalo:
33- Claudia Leitte:
34- Teclado:
35- Aula de violão:
35- Remix:
36- Coreografia Infantil:
37- Coreografia Adulto:
38- Versão Infantil:
39- Seu Madruga:
40- Re-edit Bootleg:
41- Cavaco e acordeon:
42- Rodrigo Faro:
43- Grego:
44- Hebraico:
45- Resposta:
47- Resposta "Se você me pegar":
48- É ruim que cê me pega:
49- Xirispa:
50- Soldados de Israel:
51- Alemão:
52- Espanhol El Cielito:
53- Pato Donald:
Por enquanto é isso!! Se descobrir alguma versão nova ou diferente me avisem.