Em agosto assisti ao filme “Albergue espanhol”. Esse filme conta a história de um rapaz francês que vai para Espanha por um ano de intercâmbio. O filme conta então suas primeiras impressões em um novo país, a dificuldade de se adaptar aos estudos, de se encontrar um bom lugar para morar e sua relação com outros colegas intercambistas, vindos de várias partes do mundo. Eu gostei, principalmente porque tem a Audrey Tautou no elenco, mas achei um pouco incompleto, no fim parece que ficou faltando algo.
Da última vez que estive em Passos fui na maravilhosa Locadora do Beto, que não é mais do falecido Beto e sim do simpático Marcos, onde a gente encontra um acervo maravilhoso de clássicos do cinema e filmes adoráveis e difíceis de encontrar por aí (além do que, se não tiver um filme e você sugerir ao Marcos, ele compra quando encontra num bom preço). Enfim, estava percorrendo as prateleiras e encontrei esse “Bonecas russas”. Minha surpresa foi descobrir que ele era continuação do “Albergue Espanhol”. Aluguei na hora, achei incrível terem feito uma continuação, é o tipo de filme que não imaginava ter uma sequência.
O filme começa alguns anos depois do primeiro. O protagonista agora é um escritor e ao longo do filme vai reencontrando antigos amigos daquela época e se envolvendo com algumas mulheres. Vou dizer uma coisa, o rapaz tem cara de santo mas não vale nada, nunca vi um homem tão sem jeito com mulheres. Ele diz cada absurdo para elas, não consegue conversar, sempre termina em briga. E quando a gente acha que ele encontrou a mulher perfeita e vai ser fiel, o rapaz dá uma mancada sem tamanho. Mas seu pior defeito é o peito cabeludo. Blerg!!! Nojento, deveria aparar a mata antes de fazer o filme, ainda mais que até pelado ele aparece. Duvido que havia no roteiro a necessidade de um rapaz francês de peito cabeludo…hahahaha
O que favorece o reencontro de todos os antigos flatmates é o casamento do irmão de uma delas. Uma história de amor linda, ele trabalhava num teatro e conheceu uma bailarina russa que ensaiava lá com seu grupo, que estavam em temporada pela cidade. Eles se apaixonaram, porém não falavam a mesma língua. Ela voltou para a Rússia mas deixou o endereço com ele. Durante 1 ano ele aprendeu russo e economizou dinheiro e finalmente foi até a Rússia encontrar com ela. E deu certo, o amor ainda existia e logo resolveram se casar.
Essas histórias de amor me trazem sempre a pergunta: por que tem que demorar tanto tempo para que o amor se concretize? Acho que é porque existe a necessidade de mudança em ambas as partes. Com o tempo os enamorados descobrem realmente se o que sentem é amor de verdade ou paixão passageira. Quando percebem que é amor mesmo, fazem de tudo para conjugar com o outro, principalmente mudar o que precisa ser mudado, aprender o que precisa ser aprendido e, principalmente, acumulam a coragem necessária para pôr em prática tudo o que precisa ser feito. E é por isso que o amor é especial, nada muda para melhor uma pessoa do que o amor. Ninguém nunca é igual após descobrir o amor.
Quanto ao filme, é legal também, como o Albergue. Separados são fracos, mas juntos, um complementa o outro de forma perfeita, o que melhora muito e acaba com aquela sensação de que faltava algo.
Uma coisa a mais que me fez gostar desse filme é que eu moro em um alojamento com pessoas que vieram de lugares diferentes e com histórias e gostos muito diversos. E apesar de nunca ter ido para nenhum outro país, aqui na UFSCar a gente sempre esbarra com algum estrangeiro. Já conheci argentinos, uruguaios, bolivianos, cubanos, africanos, americanos, franceses, alemães, entre outros. Ano passado vieram duas meninas da Eslováquia. Lembro que um dia sentei atrás delas na biblioteca e fiquei observando elas conversarem na língua maluca delas. Também lembro de uma coisa engraçada, esse ano vi uma americana comendo no RU e ela ficou um tempão olhando para as saladas e legumes, sem fazer nada. Não sei o que se passou na cabeça dela, não sei se ela não conhecia a comida ou não sabia como pegar. Ela pegou tomate e foi para o arroz e feijão.
E no departamento do meu curso nós temos uma professora inglesa, a Chlöe. Nem preciso dizer que ela dá as melhores aulas de inglês da universidade. Infelizmente não consegui estudar com ela, porque durante os anos da minha graduação ela passou mais tempo na Inglaterra do que aqui, por causa de alguém da família dela que estava doente.
Muito bom essa troca de culturas e experiência que uma universidade federal promove.
PS: Não sei como consigo manter leitores no meu blog, eu emendo um assunto no outro como colcha de retalhos, de onde eu tiro a ideia de que vcs vão interessar saber da Locadora do Marcos, da americana que comeu no RU, da reflexão sobre a espera do amor ou da família doente da minha professora?!?!? Só eu mesmo…hahahaha
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