quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Florbela Espanca

florbela_espanca[1] “Eu quero amar, amar perdidamente. Amar só por amar”

“Há uma primavera em cada vida: é preciso cantá-la assim florida, pois se Deus nos deu voz, foi para cantar! E se um dia hei-de ser pó, cinza e nada que seja a minha noite uma alvorada, que me saiba perder...para me encontrar....”

"Quem me dera encontrar o verso puro, O verso altivo e forte, estranho e duro, Que dissesse a chorar isto que sinto!"

“Estou cansada, cada vez mais incompreendida e insatisfeita comigo, com a vida e com os outros. Diz-me, porque não nasci igual aos outros, sem dúvidas, sem desejos de impossível? E é isso que me traz sempre desvairada, incompatível com a vida que toda a gente vive”

Minh'alma, de sonhar-te, anda perdida
Meus olhos andam cegos de te ver!
Não és sequer razão de meu viver,
Pois que tu és já toda a minha vida!
Não vejo nada assim enlouquecida...
Passo no mundo, meu Amor, a ler
No misterioso livro do teu ser
A mesma história tantas vezes lida!
Tudo no mundo é frágil, tudo passa..."
Quando me dizem isto, toda a graça
Duma boca divina fala em mim!
E, olhos postos em ti, vivo de rastros:
"Ah!  Podem voar mundos, morrer astros,
Que tu és como Deus: princípio e fim!..."

“Escreve-me! Ainda que seja só
Uma palavra, uma palavra apenas,
Suave como o teu nome e casta
Como um perfume casto d’açucenas!”

Florbela Espanca

2 comentários:

Sheila disse...

A Florbela Espanca mora no meu coração! rsrs

Gosto muito do que ela escreve, mesmo que sua visão do amor seja bem mais fatalista e dolorida que a minha!

Conhece Mariana Alcoforado e suas Cartas Portuguesas? Procure-a, quando se apresenta como Sóror Saudade, a Florbela tinha Mariana como inspiração ;)

Beijocas.

Rubens Torres disse...

Oi Sheila, não conheço mas vou procurar mais sobre ela, se vc indica é pq deve ser coisa boa e vou gostar.

Obrigado! :)

bjo