Hoje fui assistir ao filme Persona, de Ingmar Bergman (1966). Sabe, poucas vezes um filme mexeu tanto comigo quanto esse. Foi inquietante.
Nele há uma atriz que foi hospitalizada por não falar nada e uma enfermeira destinada a cuidadar dela e a tentar fazer ela se expressar. Elas vão para uma casa de praia e a enfermeira passa horas conversando e desabafando sua vida para a atriz, que nada fala, apenas acompanha com o olhar e gestos.
Mas o que me impressionou nesse filme foi a qualidade dos diálogos e toda a expressão do silêncio. Teve uma hora que embora a enfermeira conversava com a atriz, parecia que era comigo que ela falava. Ela começou a falar de angústias e medos semelhantes aos que eu vivo, e isso mexeu demais comigo. Tinha hora que queria chorar, outras sair do cinema e outras rir, assim como a personagem da atriz. Acho que eu me deixei levar pelo filme e me entreguei, e isso foi sensacional.
É o segundo filme do Bergman que assisto (o primeiro foi O sétimo selo, outro filme que adoro) e já entrou para minha lista de favoritos.
Mas aviso, Bergman não é para qualquer um, por isso não saio recomendando. Recomendo apenas àqueles que encaram o cinema como uma experiência muito maior do que apenas ver o desenvolvimento de uma trama. Cinema também pode ser um exercício para nossos sentimentos e sensações.
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