segunda-feira, 9 de agosto de 2010

O dia em que subi no Monte Tabor

tabor

Certa vez, quando ajudava como coroinha na paróquia do meu bairro, participei de uma excursão para o Monte das Oliveiras, que fica em Alpinópolis/MG. Para quem não conhece, o Monte é um lugar turístico que recria diversos lugares da vida de Cristo.

Foram outros coroinhas e um seminarista nos acompanhando. Eu devia ter uns 13, 14 anos na época, estava naquela transição entre infância e adolescencia.

Visitamos o lugar e o seminarista ia nos explicando o que eram as réplicas e o que representavam os símbolos. Ao final ele disse que ia tirar uma foto de cada um e dar essa foto pra gente, a gente só precisava escolher qual lugar queríamos a foto.

Todos escolheram o mesmo lugar, a Cruz de Cristo, menos eu. Fui o único que escolheu outro lugar. Escolhi o Monte Tabor.

O Monte Tabor é o lugar onde os evangelhos dizem que Cristo se transfigurou para os seus discípulos e revelou sua verdadeira natureza espiritual. Porém, o Monte Tabor lá no Monte das Oliveiras era um cercado cheio de terra com uma graminha representando o monte. Não havia nenhuma escultura ou algo do tipo, porque no evangelho diz que era apenas o monte mesmo.

Meus colegas devem ter achado graça e me achado besta pra tirar uma foto ali. Qualquer pessoa que olhasse a foto deles na cruz já reconheceria o lugar ou que era algo religioso. No meu caso não, ia ser uma foto particularmente sem graça.

O seminarista achou bonito minha escolha e falou um pouco sobre a transfiguração. Subi no monte, que era fofo e se eu não tomasse cuidado ia acabar “estragando”. Deu tudo certo, tirei a foto e a tenho até hoje (eu estou horrível nela, gordo, camiseta pra dentro da bermuda, bermuda acima do umbigo, óculos e meia horrorosos, terrível…rzz).

Eu não quis tirar minha foto na cruz por dois motivos: não queria fazer o mesmo que os meus colegas, queria ser diferente, e achava que a cruz representava a morte de Cristo, eu não queria guardar uma lembrança da minha visita justamente do símbolo que representava a morte.

Haviam inúmeros outros lugares (mesa da santa ceia, manjedoura, etc.) mas o lugar que escolhi era pra mim o mais importante, era o que representava Cristo verdadeiramente “vivo”.

Meus amigos queriam uma foto que as outras pudessem olhar e reconhecer, eu queria uma foto que melhor representasse a imagem de Cristo. O conteúdo era mais importante do que a representação.

Conto isso porque ainda continuo com essa crença, ainda acredito “que o essencial é invisível aos olhos”…

transfiguracao

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